A Doença Renal Crônica (DRC) é a patologia mais comum que afeta os rins de cães e gatos. Ela ocorre quando há dano renal presente por pelo menos três meses, ou quando se observa redução maior que 50% na taxa de filtração glomerular (TFG).
A prevalência de doenças renais em gatos varia entre 1,6 a 20% dos casos atendidos, mas algumas raças, como o Abissínio, o Siamês, o Oriental, Persa e Himalaia, possuem uma tendência maior a apresentar problemas renais, sendo inclusive acometidos de desordens de fundo genético, como a doença renal policística (DRP).
Entre os cães, as principais raças acometidas por doença renal de ordem congênita são o Lhasa Apso, Shih Tzu, Rottweiler, Chow Chow, Bull Terrier, Shar pei, Dobermann, Pinscher, Samoieda, Golden Retriver, Poodle Standard, Cocker Spaniel e Beagle.
Embora a DRC não tenha cura, o diagnóstico correto no início da evolução do quadro, e o manejo nutricional adequado contribuem com um melhor prognóstico e melhora na qualidade de vida do paciente, que poderá conviver anos com a doença de uma forma menos traumática.
Manejo Nutricional
O uso dos alimentos coadjuvantes para auxílio ao tratamento da DRC é uma ferramenta indispensável na conduta clínica. Tanto a qualidade de vida, como a evolução do quadro e a longevidade podem ser significativamente melhoradas com a adoção de uma nutrição adequada para os pacientes nefropatas.
Os principais objetivos no suporte nutricional a estes pacientes são garantir a ingestão adequada de energia e demais nutrientes, e minimizar os sinais clínicos e consequências da patologia.
Os alimentos coadjuvantes para tratamento da DRC têm alteração na quantidade e fontes proteicas, de fósforo e sódio, aumento da densidade calórica, complexo antioxidante e equilíbrio vitamínico-mineral adequados a estes pacientes.
Desidratação
A desidratação se desenvolve em animais com DRC devido ao consumo inadequado de água concomitante à poliúria. Essa condição se instala já a partir do estágio 1, pois, a doença renal provoca um declínio progressivo na capacidade de concentração da urina fazendo com que a osmolalidade urinária se aproxime da plasmática (300 mOsm/ kg) – a chamada condição de isostenia. Isso leva ao desenvolvimento de poliúria e da polidipsia compensatória.
Este quadro de desidratação com depleção de volume, hipoperfusão renal faz com que a ingestão de sódio na dieta seja um ponto sensível. Se presente em concentrações altas, este mineral estimula a concentração de urina, aumentando a sobrecarga nos rins já comprometidos. Por isso, reduzir a quantidade de solutos a serem concentrados pelos rins, diminuindo a ingestão de proteína e sódio na dieta e/ou fornecendo mais água para a excreção da mesma quantidade de solutos ajuda a reduzir a quantidade de trabalho osmótico que os rins terão que realizar.
Importância de uma adequada nutrição proteica
O principal objetivo em relação ao fornecimento de proteínas para pacientes com DRC é alcançar um equilíbrio entre o provimento de nitrogênio e aminoácidos essenciais. Deve ser considerada a quantidade total de proteína, mas também as fontes proteicas utilizadas e os níveis de energia do produto.
O conceito de proteína ideal é útil, quando se considera o valor biológico dessa proteína. O catabolismo dos estoques de proteínas de um paciente pode ocorrer se a quantidade de energia for insuficiente (carboidratos e gorduras) e neste caso ocorrerá uma indesejável utilização de proteínas endógenas.
A literatura parece convergir para a adoção da restrição proteica. A redução nos teores proteicos é importante para, a longo prazo, preservar a função renal de animais acometidos de DRC. O fornecimento adequado de proteínas ajuda a minimizar azotemia/ uremia e diminuir a taxa de progressão do estabelecimento das lesões renais.
Mesmo animais com quadros menos severos podem se beneficiar da adoção de dietas coadjuvantes. Um estudo clínico realizado com gatos geriátricos domiciliados e classificados como estágio 1 IRIS (sem proteinúria ou hiperfosfatemia), demonstrou uma estabilização das funções renais com o uso de uma dieta com proteína reduzida. Já os animais do grupo controle alimentados com a dieta de escolha dos tutores mostraram-se mais propensos a insufi ciência renal progressiva, demonstrada pela evolução das dosagens de SDMA.
Conclusão
Uma dieta com níveis proteicos controlados e alto valor biológico, baixos teores de fósforo, sódio, níveis adequados de potássio e suplementação de L-carnitina, prebióticos, ácidos graxos poli-insaturados ômega 3 EPA e DHA e complexo de antioxidantes, deve ser adotada já a partir dos primeiros estágios da DRC. Esta adoção tem se comprovado como uma importante ferramenta para a melhoria da qualidade de vida, e da promoção da longevidade nestes animais.
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Fonte: https://www.vetsmart.com.br/cg/estudo/13809/doenca-renal-cronica-em-caes-e-gatos